terça-feira, 21 de outubro de 2008

De quando eu pensava que o Collor morava com sua "Dinda" rica


Se não me falha a memória, nem a matemática, esse pequeno regalo encontrado entre minhas bugigangas à serviço de futuros netos é datado do ano de 1992, e chega à sua publicação agora como sendo o primeiro "poema" que escrevi na vida, aos 9 anos de idade. Mais do que um contributo pessoal, é a importância do período em que vivíamos que lhe traz significação hoje, 16 anos e algumas evoluções depois. Nosso presidente era o então em fase de purgatório público Fernando Collor, e eu, aluno da 4° série do Mãe Admirável, me candidatei como um dos que iria "falar no microfone" diante do colégio todo numa apresentação. Função escolhida: Criar uma poesia.

Involuntariamente, minha satisfação ao re-encontrar a infância é totalmente egoísta, pois, ter aparecido em aula dias depois com esse tipo de reflexão diante dos outros que tanto me pareciam inatingíveis, como a professora e os alunos das turmas mais adiantadas, e ver essas mesmas pessoas me ovacionarem ao final da Parkinsoniana leitura, mostra uma época alegre de uma criança insegura e tímida que reagiu impulsivamente, felizmente. Eu era um garoto muito bacana e nem fazia idéia.
Eis o poeminha, intitulado "Brasil":

Brasil, Pátria idolatrada
Muito amada pelo teu povo
Vive um dos piores momentos
Onde todos tem sofrimento

Prometemos que vamos mudar
E que este país vai melhorar
Um povo sofrido
Que luta até morrer pra te honrar

Se o Presidente quiser o melhor pra ti
Terá que se demitir
Se o povo ajudar, o Brasil vai andar
Andar para frente
Renuncia, Presidente!

Fernando Collor renunciaria meses depois, após ter seu processo de impeachment aberto em votação televisionada para todo o país.