quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Atlético-MG 1 x 1 Palmeiras, dia 12/08, na Rede Globo

Assistir a uma partida de futebol com os amigos em um bar é diversão e trago garantidos, não importa o dia nem ao menos quem joga. Às vezes, porém, melhor opção é deixar-se simplesmente habitar uma confortável cama de casal king size com vista pro televisor e saborear um belo instante de contemplação esportivo-cultural, visto que as transmissões futebolísticas na tv estão entre os maiores fetiches do imaginário cultural brasileiro. Nessa quarta-feira, em apenas 10 mintuos (os que mais trotearam sobre meu cerébro ao longo da partida), sapequei - como é comum falar no jornalismo esportivo - algumas pérolas aqui transcritas.

Cléber Machado narra a voracidade com que o zagueiro atleticano atinge o atleta adversário:

- Veja, o jogador "chegou chegando", como dizia o filósofo.

(Terá sido Montesquieu ou Rousseau o empregador de tão peculiar vocabulário? Vou pesquisar.)

Logo em seguida, o ex-árbitro Renato Marsiglia comenta com absoluta clareza um lance duvidoso ocorrido dentro da grande área palmeirense:

- Não houve nada. Um puxou o outro, o outro subiu no um...

(Ah bom, foi só isso... Se um dos dois estivesse armado, aí talvez fosse falta.)

A gota d'água, para mim, foi o momento em que o técnico do time mineiro, Celso Roth (sem piadas, ok?), aparece em plano fechado, quase um 'close', soltando farpas e conselhos a seus discípulos em campo. Seria fato corriqueiro, não estivesse posicionado próximo dele um microfone exclusivo e indiscretíssimo da Rede Globo, que captou a mensagem em alto e bom som para todo o país:

- Porra, caralho!! Aí não, puta que pariu!!

É nesses dias que eu me pergunto: O que eu ia perguntar mesmo?! Droga, acho que estou ficando burro. Vou deixar a cama de lado e ir para a academia de ginástica.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Os meus 10 discos nesses últimos meses

É apenas uma lista dos 10 discos que mais tenho ouvido ou que mais me impressionaram desde o começo de 2009 (hipoteticamente, não sou bom com datas), sob uma ênfase dotada de apenas um critério: meu gosto pessoal.

Ah, os discos que eu já cansei de escutar, ou que simplesmente ainda não conheço/não me empolgaram muito, não entraram nessa lista, óbvio. Eis os 10, em ordem não de preferência ou em qualquer ordem:

1) Bert Jansch - Bert Jansch (1965)

- Maravilhoso cantor e guitarrista (caberia melhor dizer violonista, mas...) escocês, gravou esse seu primeiro disco em um apartamento de Londres, apenas violão e voz. Em algumas músicas Bert prefere se calar, entretanto, não compromete nem um pouco! Destaques: "Needle of Death" e "Courting Blues"

2) Herbie Hancock, The Yardbirds e Tomorrow - Blow Up Original Soundtrack (1966)

- A versão que eu tenho está sem as duas músicas do Lovin' Spoonful que, pelo que sei, constam no álbum original. Os Yardbirds têm uma música, "Stroll on", a mesma que eles aparecem tocando no filme, e o Tomorrow têm duas, matadoras. Destaques: As 12 faixas do Herbie Hancock, em especial "Verushka (part 1 e 2)"

3) Nick Drake - Bryter Layter (1970)

- Esse é o segundo disco de um dos mais talentosos compositores populares ingleses do século passado - E olha que a lista é vasta! Infelizmente, Nick não teve tempo de aprofundar mais seu talento; deixou apenas 3 discos oficiais e um singelo material inédito gravado até sua morte trágica, em 1974, aos 26 anos de idade. Destaques: "Fly" e "Poor Boy"

4) The Byrds - Sweetheart Of The Rodeo (1968)

- Um disco tão valoroso que até a capa é linda. Daqueles que o cara precisa ter o encarte e, de preferência, versão em vinil (apesar de eu não ser adepto à bolacha) e pôster. David Crosby não toca mais com seus irmãozinhos Byrds mas, em compensação, temos agora Gram Parsons e a cidade de Nashville para dar o ar folk que faltava ainda ao bando. Destaques: "You Ain't Going Nowhere" e "Pretty Boy Floyd"

5) Stephen Stills - Stephen Stills (1970)

- Ex-membro do Buffalo Springfield e do Manassas, Stephen ficou mais famoso por fazer parte do grupo Crosby, Stills (sim, é ele!) & Nash, esporadicamente acompanhados do sufixo "Young", de Neil Young. Venerador convicto que sou de Neil, tenho ultimamente gerado tanta simpatia pela carreira de Stills que me ponho a questionar qual dos dois o mais talentoso, tal qual pondero entre a poesia de Olavo Bilac e Álvares de Azevedo (estou brincando, por favor!!). Como compositor, Neil bate Stills de longe, mas ao ouvir "We are not helpless", presente no disco aqui citado e que surge como resposta ao clássico "Helpless", de Neil Young, sinto que estou diante de uma bela disputa e me acomodo no sofá. Destaques: "Love the One You're With" e 'We Are Not Helpless"

6) The Zombies - Odessey And Oracle (1968)

- Para quem não está muito familiarizado com os Zombies ou sequer os conhece, só há uma sentença: Dê um jeito de ouvir agora. É provável que eles toquem no seu rádio/ipod, e quem sabe de toda sua família, por muitos anos a fio, entre vocais exatos e melodias apaixonantes. Mesmo que com intervalos entre esses anos, como é meu caso, você e seus familiares irão adorá-los, sim. Destaques: "Care of Cell 44" e "Beechwood Park"

7) Devendra Banhart - Cripple Crow (2005)

- Sobre a vida pessoal do artista, não sei se ela realmente reflete as características "esquisitas" de sua música. Mas, pelo que percebi, não se trata de apenas mais um outsider talentoso; Devendra conquistou certo reconhecimento além-lugar-comum do cenário independente. Esse disco segue a estrada de suas raízes latinoamericanas, lugar onde as faixas criam maior epifania. Destaques: "Quedate Luna" e "The Beatles"

8) The Flying Burrito Brothers - The Gilded Palace Of Sin (1969)

- Mais uma banda do genial Gram Parsons, "Gilded..." é country rock de macho até os ovos (?!). Mas do tipo que as mulheres também gostam. De fato, não há muito o que falar sobre esse disco; é botar pra tocar e ser feliz no rodeio, seja você um cowboy do asfalto ou cowgirl (odeio essa terminologia). Destaques: Todo o disco

9) Bob Marley & The Wailers - At Studio One

- São gravações feitas pelos Wailers no famoso Studio One, em Kingston, antes de lançarem o primeiro disco com Bob. Por não fazerem parte da discografia oficial, acabaram saindo em várias coletâneas, não sei exatamente os nomes delas. As conheci à beira da praia, nas férias, e afirmo que não há trilha sonora mais apropriada para uma manhã ensolarada de verão. Destaques: "What's New, Pussycat" e "I'm Still Waiting"

10) Them - The Story Of Them

- O Them é uma banda irlandesa surgida em 1964 tendo como vocalista o "professor de todos" Van Morrison, de voz rouca e uma posteior carreira solo impecável. Esse disco duplo reúne praticamente todas as gravações do grupo com Morrison e é uma verdadeira pérola do rock garageiro e do rhythm n' blues! Destaques: "Baby, What You Want Me To Do" e "Turn On Your Love Light"

Pra quem reclamar a falta de discos recentes, bem... juro que não é minha a culpa. Apesar de eu ter gostado bastante do último do Dylan e do Beck.